O melhor MULTIBANCO do mundo

Portugal é o único país do mundo onde o cartão multibanco é o segundo na carteira dos cidadãos logo a seguir ao cartão de identidade. Ocupa também o primeiro lugar entre os países europeus no numero de equipamentos per capita.
Em 2014, os Caixas Automáticos e os Terminais de Pagamento Automático da Rede MULTIBANCO realizaram mais de 1.675 milhões de operações num total de cerca de 90 mil milhões de euros.
Também em 2014, foi ultrapassado por duas vezes o recorde mensal de operações na Rede MULTIBANCO registado em Dezembro de 2011 de 195 milhões: primeiro em Julho com 198 milhões e depois em Dezembro com mais de 200 milhões.
Os cerca de 266 mil equipamentos processaram mais de 781 milhões de operações, num valor de cerca de 32 mil milhões de euros.
Somos também pioneiros e únicos no pagamento automático de portagens em todas as saídas de todas as autoestradas nacionais, situação só possível pela “ligação” do identificador ao cartão multibanco. Estão ainda associados ao multibanco serviços essenciais ao desenvolvimento do comercio electrónico, tais como o MBNET, serviço que permite a criação online de um cartão de credito virtual ou mais recentemente a MBWAY, solução que permite efectuar compras e pagamentos através de um smartphone ou tablet. A possibilidade de numa ATM ou num smartphone, comprar e pagar, bilhete de comboio, no cinema ou na Rede Expresso, com marcação de lugar, deixa quem nos visita boquiaberto.
Todo este sucesso tem um nome: – Sibs – Sociedade interbancária de serviços. Na verdade a sibs, sociedade de todos os bancos a operar em Portugal, é responsável pela gestão e desenvolvimento da rede multibanco, para alem de outros serviços como por exemplo a compensação de cheques que consiste no acerto de contas entre os bancos, referente aos cheques depositados em estabelecimentos diferentes dos sacados.
O segredo do sucesso reside na universalidade do cartão, isto é, ser possível utilizar o cartão em qualquer terminal da rede, independente do banco emissor do cartão ou do banco proprietário do terminal de pagamento. Suportado também pela extrema segurança do sistema, alicerçada numa rede de telecomunicações dedicada e na encriptação dos dados por complexos algoritmos.
O multibanco alterou para melhor a nossa relação com os bancos e hoje é impensável voltar às notas e cheques como únicas formas de pagamento.
Todos os casos de sucesso têm o seu lado negro e o do Multibanco são os assaltos às maquinas instaladas em locais menos protegidos. Estranhamente, ou talvez não, uma boa quota de responsabilidade do aumento exponencial dos assaltos é dos que criaram este sucesso. Se há área onde o “segredo é a alma do negócio” e onde as poupanças podem sair muito caras, é a da segurança.
A rede multibanco tem 30 anos de vida e nos primeiros 15 anos não houve assaltos. Até ao início do século o único vandalismo que obrigou à substituição total do equipamento foi uma ATM incendiada em Guimarães e que não teve a ver com tentativa de assalto, mas foi atribuído a “guerras” politicas com a vizinha Vizela. Nos 10 anos seguintes chegou-se a uma média anual de quase 1 assalto por dia.
Que aconteceu no inicio do século? Que mudou que possa explicar isto?
A assistência técnica era garantida pelos 2 fabricantes com maquinas instaladas, a portuguesaPapelaco e a americana Diebold, sendo o abastecimento das maquinas com dinheiro garantido pelas empresas de transportes de valores, Securitas e Prosegur, todas elas há bastante tempo implantadas no mercado e com quadros de pessoal fixos e especializados.
A nível de assistência técnica as avarias comunicadas automaticamente pelo equipamento para a rede, ou pelos responsáveis pelo carregamento/operação eram resolvidas nas 4 horas seguintes, o que permitia “uptimes” acima dos 98%.
As mudanças na gestão dos bancos a operar em Portugal teve influencia direta nas politicas da sibsque por um lado começou a achar que pagava um preço demasiado elevado pela manutenção da rede e por outro, alguns bancos viram no transporte de valores uma oportunidade de negócio. Para ajudar à “festa” a portuguesa Papelaco foi vendida aos ingleses da DeLaRue.
A par da criação de uma nova empresa de transportes de valores, que passou a concorrer com as outras duas com preços que não permitiam manter a qualidade do serviço, foi decidido abrir a assistência técnica a não fabricantes e também aí os preços arrasaram. O que se devia ter pensado é que não há milagres e quando se entrou naquela sala para leiloar o serviço de assistência ao parque de ATM’s estava também em praça a imagem e a credibilidade do melhor multibanco do mundo.
Substituir técnicos com vários anos de experiência, por gente contratada ao mês a empresas de trabalho temporário, ou fazer carregamentos/reparações no átrio de zonas comerciais durante as horas de expediente em maquinas que distribuem notas não lembraria a quem pensa segurança com o mínimo de profissionalismo e bom senso, mas lembrou a quem só olhou para o valor da factura mensal paga por estes serviços. O “segredo” de onde estavam as notas, quantas, como saiam ou quem as carregava passou assim de um numero muito restrito de pessoas, profundamente integradas no sistema pois dele dependia a sua vida profissional, para o quase domínio publico.
Hoje a sibs paga menos de metade do que já pagou pela assistência da rede, mas parece óbvio que se se fizerem as contas do deve e do haver, que só não foram mais gravosas porque o monopólio dasibs lhe permite imputar aos utilizadores do sistema os custo dos seus erros, o saldo não é de todo positivo, até porque num sector tão sensível a imagem não tem preço.
As correcções que se impõem não serão fáceis, pensei no regresso à politica dos prestadores de referência e na criação da figura de técnico certificado, a exemplo da Cisco ou Microsoft, por forma a estancar a rotatividade do quadro de pessoal dos prestadores de serviço.
sibs é uma grande companhia, constituída por excelentes profissionais com elevado know how que por certo encontrarão a forma e o caminho de manter o Multibanco português como uma referencia mundial de qualidade e inovação.

(Publicado em 1ª mão no espaço livre de opinião INSONIAS de que sou um dos fundadores)

0 comentários:

Seguidores

Número total de visitas