Um problema em muitas empresas que se agrava quando o objectivo é "livrar-se" de trabalhadores que pela sua postura ou pelo seu salário deixaram de estar dentro da política laboral da organização.
Também acontece para defender um "status quo" favorável e/ou o "grupinho de incondicionais" e pode chegar ao ponto de ameaçar de despedimento quem não colaborar.
Quando a gestão faz que não vê ou colabora, está a tornar estas acções, como fazendo parte da cultura da empresa.
Nos dias que correm o bullying no trabalho ou bullying adulto, como é denominado, tornou-se uma realidade. Pesquisas envidadas por diversos pesquisadores demonstram que 33% dos trabalhadores no mundo sofrem de pressões e descriminações no trabalho ao ponto de deixá-los sem vontade de trabalhar.Também acontece para defender um "status quo" favorável e/ou o "grupinho de incondicionais" e pode chegar ao ponto de ameaçar de despedimento quem não colaborar.
Quando a gestão faz que não vê ou colabora, está a tornar estas acções, como fazendo parte da cultura da empresa.
A estatística não revela uma predominância do sexo feminino a nível deste fenómeno definido como “uma intimidação regular e persistente que solapa a integridade e confiança da vítima do bully. E é frequentemente aceite ou mesmo encorajada como parte da cultura da organização.”
As situações normalmente não são muito claras e podem ser desencadeadas por chefes ou colegas de trabalho
Fornecimento de informações erradas, metas absurdas, sacrifício social, ostracismo tudo isto pode ser feito de uma forma dissimulada, de tal forma que só o visado é que o sente. E, nestes casos, a quem recorrer?
Se o seu chefe estiver envolvido, há que perceber que há mecanismos legais que o protegem e que a tendência para deixar o problema resolver-se por si pode desencadear uma depressão e um mau estar irreversíveis.
Os sintomas mais habituais são as dores de cabeça, a taquicardia e outros males que levam a um isolamento grande no local de trabalho, a ataques de pânico, insegurança e sensação constante de perseguição.
Em casos extremos, o recurso ao álcool ou a outros vícios vislumbra-se como uma solução, pelo que não vale a pena deixar o problema arrastar-se. O medo de perder o emprego não pode prevalecer à sua integridade e bem-estar
Fuga Ana Verdasca, investigadora da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), assegura que fugir à realidade não é a melhor atitude quando se procura ajuda. "Face à pressão, a pessoa degrada-se, mas os advogados querem defender o resistente, quem aguentou e enfrentou as dificuldades", assegura. Um estudo recente da UTL refere que 5,9% dos portugueses são vítimas de assédio moral frequentemente, e 24,8% sofrem ocasionalmente agressões psicológicas. Destes, apenas 6,1% abandonam o local de trabalho. "As pessoas não falam por três razões essenciais: medo de perderem o emprego, desconhecimento das leis e das instituições a quem recorrer, ou por não acreditarem que a justiça consiga resolver o problema em tempo útil", explica o advogado Carlos Pinto Abreu ao i. A maioria das vezes os casos denunciados arrastam-se nas teias da "prática judiciária ainda incipiente e que, quando funciona, é tardia". Maria Costa (nome fictício), 35 anos, nem procurou a justiça. Recém--chegada a Évora para um novo trabalho, a convite do antigo orientador de estágio, tentou ignorar os sinais. "Tentava abstrair-me. Ele gozava, fazia brincadeiras que enervavam e criticava agressivamente qualquer trabalho. Os abusos foram-se sucedendo com uma ira cada vez maior", conta ao i. Maria era recém-licenciada e não sabia como lidar com a situação. "Considerava-o uma excelente pessoa, mas ele revelou uma agressividade enorme e, quando o contrato acabou, saí." Mais tarde consultou uma psicoterapeuta, sem saber que a origem das suas angústias estava ali. "Não fazia a mínima ideia mas li sobre o assunto e era tal e qual aquilo por que tinha passado."
Em Portugal, os casos de bullying/mobbing operados por superiores hierárquicos são os mais comuns. "Os valores são ligeiramente superiores para o assédio de cargos mais altos a subordinados, mas a diferença não é assim tão elevada quando comparada com pressões entre pares", revela Ana Verdasca. No entanto, a tendência está muito relacionada com o tipo de organização: "Em Portugal, é mais comum estratificar, porque as empresas são organizadas mais verticalmente. Nos países nórdicos, o fenómeno regista-se predominantemente entre pares, já que as organizações são mais planas. Mas o fenómeno não é linear."
Definições Murahachibu no Japão, bossing no Reino Unido, molestie psicologiche em Itália, psicoterrorismo em Espanha, mobbing na Alemanha. Todos os termos designam bullying ou mobbing em ambiente laboral. Em Portugal, as duas palavras são válidas, mas em questões jurídicas as agressões psicológicas no trabalho são designadas por assédio moral. O fenómeno foi apresentado pela primeira vez à comunidade científica pelo alemão Heinz Leymann, em 1984, que analisou pressões interpessoais entre crianças e transferiu mais tarde o conceito para o mundo do trabalho.
No entanto, só em 1992 o conceito foi divulgado amplamente, através de uma série de programas na rádio BBC, em que o jornalista Andrea Adams abordava as diferentes formas de violência no trabalho. A partir desse momento sucederam-se os estudos sobre o tema, sobretudo em França e nos países nórdicos - os primeiros a reconhecerem a existência de problemas "que envolvem a coacção física ou psicológica na relação de trabalho", diz Glória Rebelo, professora universitária e investigadora do Dinâmia/ISCTE.
Problema de sexo? Em matéria de sexos e de sectores mais atingidos pelo bullying, a realidade não é consensual. Vários estudo nacionais e internacionais apontam o facto de as mulheres serem mais frequentemente vítimas de assédio. No entanto, os sectores que evidenciam uma presença predominantemente feminina - saúde e educação - são aqueles onde o fenómeno é mais intenso. "Alguns estudos consideram que as mulheres são mais competitivas entre elas do que com os homens", justifica Salvador Araújo, investigador da Universidade do Minho.
Glória Rebelo não atribui o fenómeno a qualquer dos sexos em particular. "Prende-se com as especificidades da sociedade contemporânea." Isso torna-o inevitável? "Não. Mas quanto mais informadas as pessoas estiverem melhor saberão defender-se", responde Ana Verdasca.
Bibliografia:
http://mulher.sapo.pt/carreira-vida/carreira/ja-foi-vitima-de-bullying-no-t-1085289.html
http://www1.ionline.pt/conteudo/14824-bullying-no-trabalho-o-assedio-moral-nao-mata-mas-moi-e-muito
1 comentários:
Por favor, alguem que seja advogado ou ligado na justiça brasileira poderia me informar se posso processar alguém que esteja fazendo assédio moral em cima de mim ou será que recorro a um B.O. Obrigado pela ajuda. Estou sofrendo com isso no meu trabalho.
Enviar um comentário